Elogios: o excesso e a falta
O problema, além da quantidade, está na qualidade do conteúdo e na forma como as críticas e elogios são feitos.
O elogio pode parecer sempre algo bom, um estímulo, mas pode ser interpretado como pressão, colocando a pessoa na busca da perfeição. O excesso de elogios pode afetar profundamente a autoestima, mas nem sempre de forma positiva. A busca constante pela aprovação e reconhecimento dos outros pode causar frustração, depressão, ansiedade e todo tipo de sofrimento psíquico. Qual a dose certa de elogios?
O ser humano é gregário e, portanto, gosta de fazer parte de grupos sociais e conviver com seus semelhantes. Interagir com pessoas diferentes dá subsídios para ajustar as referências individuais de comportamento visando maior aceitação dos grupos. O ponto central é que o ser humano, além de interagir, para se sentir pleno precisa ser aceito pelos grupos aos quais faz parte, criando e mantendo o sentido de pertencimento. O elogio e a crítica vão indicar o caminho da aceitação de um trabalho feito ou da própria pessoa.
Os pais, em relação aos filhos, tendem a ficar em dois extremos: elogiar demasiadamente ou não elogiar nada. Elogios que exaltam a inteligência única do filho, como “meu filho é o mais inteligente da escola”, transferem para a criança a responsabilidade de não decepcionar os pais, que podem projetar nos filhos a realização daquilo que eles não conseguiram ser ou fazer. A criança passa a fazer de tudo para atingir o ideal desejado pelos pais. Essa busca pode continuar na adolescência e na fase adulta. No entanto, no mundo real, não é possível ser o melhor sempre e em tudo ao mesmo tempo. Ao não conseguir atingir ou superar a expectativa dos pais, a criança tem grande sofrimento psíquico, pois teme perder o amor dos pais.